Dicas de poupança para uma reforma tranquila

Por Joana Marques , 04 de Maio de 2021 Envelhecimento


Porquinho-mealheiro, acumular a mesada em vez de a gastar toda de uma vez em guloseimas, o «método dos potes», contas-poupança, depósitos a prazo e planos poupança reforma. Estes são exemplos de alguns métodos de poupança que vamos adotando ao longo dos anos, e que diferem entre si nos objetivos e prazos.


Quanto mais cedo aprendemos o valor do dinheiro e o conceito de poupança, maior é a probabilidade de chegarmos à idade da reforma com bom pé-de-meia e de envelhecer com qualidade.



Poupar seis meses de mesada pode dar para o adolescente comprar um jogo mais caro, e poupar parte do salário anual pode dar para umas férias de sonho. No entanto, são precisos anos de poupança, investimento e rentabilidade para se ter uma reforma tranquila.


Em 2020 vimo-nos confrontados com uma pandemia mundial, onde o consumo baixou bastante e a taxa de poupança subiu para 12,8%.



No entanto, não podíamos contar com um fator que agravaria a capacidade de poupança dos portugueses: a Covid-19. Antes da pandemia já havia a consciência de que viver sem poupanças é como viver em cima de uma corda bamba que nos atira ao chão sem rede ao mínimo abanão (doenças graves, perda de emprego ou cortes nos salários / reformas). 


Mas depois da Covid-19 tornou-se evidente que prevenir vale mesmo mais do que remediar, especialmente no que se refere ao acesso aos melhores cuidados de saúde e à manutenção da qualidade de vida dos mais idosos.


Está preocupado com a sua reforma? A situação atual leva-o a pensar que não vai ter uma reforma decente no futuro? O tempo para agir é agora.



Precisa de dicas para criar hábitos de poupança para ter uma reforma mais tranquila? Quer investir no seu futuro mas têm dúvidas quanto às soluções disponíveis no mercado? Se respondeu que sim às duas perguntas, independentemente da sua idade, este artigo é para si. Pior do que começar a poupar tarde para a sua reforma é não poupar de todo!




​Começar a planear cedo para uma boa reforma


À partida, constituir uma poupança não é uma tarefa fácil, especialmente quando a crise financeira despoletada pela Covid-19 ameaça os empregos e a liquidez dos portugueses, bem como a sustentabilidade da Segurança Social, que continua a ser uma grande aliada nos apoios sociais aos idosos.


Quando se aposentar, vai ter que compensar a perda de cerca de 30% do rendimento, numa fase da vida em que aumentam as despesas com saúde e manutenção da qualidade de vida.



No início da vida ativa, os jovens adultos não têm como prioridade planear a reforma. O envelhecimento é um tema sensível e as prioridades são crescer profissionalmente e constituir família. No início da idade adulta, a idade da reforma parece pertencer a outra vida, mas no futuro, quando se reformar, a probabilidade é que passe a receber entre 65% a 75% do último vencimento líquido.


Investir num PPR


Atualmente, existem dezenas de Planos Poupança Reforma (PPR) que pode subscrever. Todos têm como objetivo melhorar a sua qualidade de vida no futuro, pois são um complemento de reforma com muitas vantagens fiscais. 

No entanto, antes de tomar qualquer decisão definitiva, é essencial que tenha um plano assente em expectativas reais e em possíveis imprevistos. A valor a poupar não pode comprometer o seu orçamento familiar: deve preparar o futuro, mas tem que conseguir viver o presente.


A vantagem competitiva dos PPR são os benefícios fiscais. Há um incentivo à compra (dedução fiscal em sede de IRS) e benefícios na venda (taxas de imposto sobre os lucros mais vantajosa).



Alguns PPR podem ser subscritos sob a forma de fundo de investimento, que permitem ganhos mais elevados, mas sem que o capital esteja necessariamente garantido; ou sob a forma de seguro de capitalização, que é gerido pelas seguradoras e oferece um rendimento mínimo, mas seguro. 


É por isto que há PPR que garantem o capital e outros não, o que significa que existem investimentos mais arriscados do que outros. Para informações mais detalhadas consulte a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões


Algumas vantagens adicionais dos PPR

  • Depois de se reformar, representam um apoio vitalício que o protege de imprevistos;
  • Se os reembolsos forem pagos sob a forma de renda mensal regular, aplica-se o regime de tributação da categoria H do IRS, o que significa que esse rendimento é fiscalmente considerado uma pensão;
  • Podem ser resgatados antecipadamente sem penalizações em caso de invalidez, desemprego ou pagamento de prestações do crédito à habitação.



Evitar as armadilhas


Os especialistas nesta área concordam que o ideal é começar a poupar para a reforma o mais cedo possível, de preferência no início dos 30 anos. Isto porque quanto mais cedo começar a planear uma reforma tranquila, menor será a percentagem do seu salário que terá de abdicar mensalmente. ​Antes de começar a poupar para a reforma, assegure-se de que consegue fazer face a todas responsabilidades financeiras que tem atualmente (casa, carro, educação dos filhos, saúde).


É frequente começar-se a poupar para a reforma entre cinco a dez anos do fim da vida ativa. No entanto, uma década de aforros poderá não ser suficiente para ter o futuro que deseja na sua velhice.



Tenha em mente que poupar para a reforma é um objetivo a longuíssimo prazo e deve pensar em constituir uma poupança para esse futuro longínquo de forma inteligente e informada para que não incorra num dos seguintes erros e hipotecar a sua velhice:


Adiar a poupança

Convencer-se de que ainda tem muito tempo pela frente para se preocupar com a reforma e que a pensão da Segurança Social será suficiente. No entanto, tendencialmente, as reformas serão cada vez mais baixas e insuficientes para cobrir todos os gastos que terá depois de reformado e que aumentarão à medida que envelhece (consultas médicas, medicação, fisioterapia, cuidados domiciliários ou a mudança para um lar);



Mobilizar muito o dinheiro

Cair na tentação de constituir um depósito a curto ou médio prazo para poder mobilizar o dinheiro poupado sem grandes penalizações e sempre que surgir um imprevisto ou um gasto extra. Dinheiro poupado para a reforma é dinheiro que não entra na gestão das finanças do quotidiano. Aliás, o melhor é só se lembrar que tem esse dinheiro quando se aposentar.

Há quem prefira constituir depósitos a prazo em vez de investir em PPR. Mas esta pode não ser a solução mais sensata, pois há um grande risco associado a elevadas taxas de juro (estes são, regra geral, investimentos sem capital garantido). Além disso, este tipo de rendimentos são tributados à taxa de 28% e não usufruem dos benefícios fiscais associados às poupanças-reformas.

Assumir muito risco

Deixar-se deslumbrar com elevadas taxas de juro e promessas de grandes retornos financeiros. O seu objetivo é poupar e rentabilizar essa poupança, mas, antes de tomar qualquer decisão, defina em conjunto com um especialista o seu perfil de risco enquanto investidor. Garanta que aplica a maior parte das suas poupanças em soluções estáveis e de capital garantido. Se quiser arriscar, faça-o com um valor que se sente confortável em dar como perdido caso o investimento seja mal sucedido;

Gastar o dinheiro futilmente

Nunca recorra ao dinheiro do PPR para concretizar objetivos fúteis ou financiar atividades de satisfação imediata, como férias, carros ou telemóveis topo de gama. Todo o dinheiro que puser de parte para a reforma não deve contar para despesas do dia a dia ou corre o risco de não ter poupanças quando se aposentar.



Abdicar de um seguro de saúde

Não descure a protecção da saúde e não considere que um PPR substitui um seguro de saúde, que pode ser especialmente vantajoso se incluir o tratamento de doenças graves ou crónicas, cada vez mais frequentes com o avançar da idade.



Assumir que nunca é tarde para começar a poupar!


Pode acontecer que passe a maior parte da vida ativa sem conseguir constituir poupança, mas isso não significa que falhou perante o seu «eu» futuro. É possível começar a poupar entre os 50-55 anos e até aos 65-70.


Poupar continua a fazer todo o sentido, mesmo que seja dos 50 aos 65 anos. Aliás, nesta fase da vida a maior parte dos encargos são cada vez menores, o que é propício à poupança.



Deixamos aqui algumas dicas para poupar quando está mais perto da reforma, sendo que o primeiro passo é simular a sua pensão para melhor poder planear a década que se segue:

  • Poupe o máximo que puder numa altura em que pode poupar mais a cada mês (esteja atento a promoções, faça listas de compras para o essencial e não caia na tentação de viver acima das sua possibilidades);
  • Trabalhe mais tempo. Manter-se um ativo para a sociedade é bom para a sua saúde mental e para a sua carteira;
  • Ainda tem dívidas? Renegocie os seus créditos de forma a liquidá-los o mais depressa possível, e não contraia novas empréstimos para sustentar um estilo de vida que não consegue manter e que não lhe permite poupar;
  • Opte por uma casa mais pequena e numa localização mais barata, agora que tem mais espaço depois da independência dos filhos;
  • Faça uma lista dos seus gastos extraordinários (produtos de beleza, jantar fora várias vezes por mês, roupa de que não precisa), veja se existem despesas que podem ser cortadas e canalize esse dinheiro para a sua reforma!


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