[Covid-19] As máscaras faciais de algodão são eficazes?

Por Susana Pedro , 29 de Abril de 2020 Idosos


Desde o início desta pandemia, quando surgiram os primeiros casos positivos na China, que nos deparámos com uma grande diferença: entre o uso generalizado de máscaras cirúrgicas nos países asiáticos e a quase não utilização delas na Europa. 

Entretanto, após as especulações nos preços, a escassez de máscaras levou a que fossem criadas novas alternativas. Mas as máscaras que vemos à venda de algodão ou outros tecidos são também eficazes?



Uso de máscaras generalizado na Ásia mas não na Europa


A questão cultural é muitas vezes utilizada para explicar a diferença entre países asiáticos e o comportamento de cidadãos europeus. Em Singapura, no Japão e noutros países asiáticos a utilização de máscaras cirúrgicas está normalizada, muitas vezes devido à enorme poluição atmosférica que estes países enfrentam. 



Após o surto de SARS, em 2002-2003, as máscaras faciais foram associadas à responsabilidade coletiva, pelo que foi fazendo parte do dia-a-dia de populações no Japão e China. 



No entanto, na Europa a utilização de máscaras nunca foi tão comum, sendo mesmo por vezes estigmatizada. A população dificilmente aceita este tipo de medidas no seu quotidiano, considerando-as alarmistas e desnecessárias. Isto para além da questão social, em que há uma forte crença na importância de ter a cara a descoberto em público.



«No Ocidente, por causa da forte resistência e crença na importância de mostrar a cara, as pessoas tendem a ter ideias negativas sobre as máscaras», explica um professor da universidade de Shumei.



O facto é que as máscaras cirúrgicas são uma responsabilidade altruísta nesta pandemia. O que está provado é que as máscaras fornecem segurança a quem não as está a utilizar. Isto é, quem utiliza a máscara cirúrgica está apenas a proteger os outros, com quem está em contacto, das suas gotículas que podem estar infetadas com Covid-19.




Há países europeus que usam máscaras faciais para fazer frente a Covid-19


​Apesar de na Europa a máscara cirúrgica não ser amplamente aceite, há países que resolveram adotar o uso quotidiano. Em público, esta medida é, dizem, uma forma de reduzir o contágio em massa.


Países como a Áustria, a Eslováquia e a República Checa tornaram o uso de máscaras obrigatório no espaço público.



Na República Checa, temem muito os portadores assintomáticos de Covid-19. Mesmo que as pessoas não tenham sintomas, podem ser transmissoras do vírus. Assim, o governo checo achou que alguma proteção facial era melhor que nada, pelo que fomentou as máscaras faciais, mesmo as de tecido feitas em casa.



Como utilizar corretamente as máscaras cirúrgicas


Caso decida utilizar máscara, e para o fazer de forma eficaz, tem de ter algumas questões em atenção. É importante que mantenha sempre uma higienização frequente das mãos, e que evite o contacto das mãos com a cara.



Para colocar a máscara


1- Deve sempre lavar as mãos com água e sabão (ou, na sua falta, com álcool gel);

2- Comece por verificar se a máscara cirúrgica tem algum defeito. Mesmo o mais pequeno corte pode tornar inútil essa máscara;

3- Verifique qual é o lado da máscara que deve ficar em contacto com a sua cara (é a face de cor branca) e qual é a parte de cima - encaixe no nariz;

4- Cubra a boca e nariz com a máscara, verificando que não ficam folgas ou espaços entre o rosto e a máscara, principalmente na zona do nariz.



Para remover a máscara

Remova a máscara cirúrgica pela parte de trás, nunca toque na parte da frente da máscara, pois é onde o vírus vai estar alojado, se existir. A máscara deve ser imediatamente deitada no lixo, e deve lavar as mãos de novo, durante 20 segundos.



Esta máscara é descartável, pelo que só tem uma utilização de até 4h.



​Assim que a máscara descartável esteja húmida, deve ser substituída, tendo sempre o cuidado de lavar ou desinfetar as mãos corretamente. Não reutilize nunca estas máscaras, mesmo que a primeira utilização tenha sido inferior a 4 horas, este é apenas o período máximo de utilização, não deve ser uma referência. Assim que retirar, corretamente, a máscara do seu rosto, deite-a no lixo.



As máscaras são recomendadas, sempre que saiamos de casa


As recomendações da DGS e da OMS ditam que o uso de máscara facial na comunidade não é uma obrigatoriedade. Se tivermos algum tipo de sintomas, como tosse, devemos sempre resguardar os outros, em público utilizando de forma correta a máscara cirúrgica. Caso façamos parte de um grupo mais vulnerável (como os idosos), a utilização de máscara facial sempre que se saia de casa é recomendada, desde que sendo corretamente utilizada.

As máscaras devem tapar corretamente o nariz e a boca, não devem ser retiradas durante a utilização e deve evitar tocar na cara com as mãos. Em casa, as máscaras apenas são recomendadas caso haja uma pessoa infetada, e deverá ser essa pessoa a utilizar a máscara, mantendo-se também em isolamento dos restantes habitantes.


Máscaras de algodão não cumprem requisitos


As máscaras cirúrgicas certificadas são testadas de acordo com uma tabela que avalia quatro fatores: eficácia na filtração bacteriana, diferencial de pressão, capacidade de resistência a salpicos e nível de limpeza microbiana. As máscaras caseiras, de algodão ou outros tecidos, não cumprem estes requisitos.


O ideal é usar máscaras faciais certificadas. Não sendo possível, opte pelas chamadas máscaras comunitárias, sempre seguindo as instruções.




Segundo a enfermeira Carmen Garcia, começam a existir empresas a produzir máscaras comunitárias e essas, aparentemente, não sendo ideais, são mais seguras e certificadas. Caso não tenha acesso a máscaras descartáveis, opte por estas máscaras comunitárias reutilizáveis. Estas máscaras deverão ser utilizadas por um período máximo de 4h, e trocadas sempre que fiquem húmidas. Deverão ser lavadas usando um ciclo de lavagem completo a 60°C com detergente e apenas podem ser utilizadas depois de bem secas. 



A enfermeira sublinha ainda que as máscaras não são um acessório de moda, pelo que devem ser usadas com cuidado e mantendo as recomendações das entidades.



É de salientar que, mais eficaz do que usar máscara cirúrgica em público, é importante cumprir as recomendações da DGS de distanciamento social e de isolamento voluntário em casa. Vamos, todos, de forma informada e responsável, contribuir para que fique tudo bem!



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