3 factos sobre o Alzheimer que todos devem saber

Por Joana Marques , 26 de Abril de 2021 Demência


A doença de Alzheimer faz parte do grupo de patologias neurodegenerativas, que são incuráveis e extremamente debilitantes. Ao terem como consequência a degeneração progressiva e eventual morte dos neurónios, estas doenças causam aos pacientes problemas de movimento e função mental. Isto significa que é uma doença incapacitadora nas suas fases mais tardias, provoca alterações no comportamento, personalidade e capacidade funcional.


A progressão do Alzheimer interfere na realização das atividades do quotidiano, na saúde e bem-estar.



Tem várias etapas e velocidades de progressão, e é fundamental que conheça mais sobre esta doença, porque de futuro 25% da população será idosa. Existem vários sinais de alerta que, ao serem reconhecidos, podem levar a um diagnóstico precoce, mas não há um padrão linear no que se refere à progressão da doença.


A perda da memória recente é um dos primeiros sintomas do Alzheimer a surgir.



Mas rapidamente esta perda de memória se pode transformar numa deterioração irreversível de funções cognitivas essenciais a um envelhecimento com qualidade: memória, atenção, concentração, interpretação, linguagem e pensamento. 


Por vezes ouvimos alguém que se esqueceu das chaves de casa ou do telemóvel dizer «isto já é o Alzheimer», mas não se deve brincar com doenças sérias. Aliás, o idoso pode estar a passar por um processo impercetível de demência, que de início é atribuído à velhice ou excesso de preocupações. 


Com este artigo pretendemos evidenciar alguns factos sobre o Alzheimer, que ao serem conhecidos podem levar a um diagnóstico precoce desta doença. 



1 - É possível evitar ou retardar o Alzheimer 


Existem fatores de risco inalteráveis: a idade, o género e a genética. Pessoas com mais de 65 anos, do sexo feminino e com um historial de casos de demência na família têm mais probabilidades de desenvolver a doença. O fator genético não é tão preponderante na população idosa, uma vez que a demência herdada, por norma, manifesta-se muito antes dos 65 anos.


Nem todos os idosos desenvolvem Alzheimer ou outro tipo de demência: um terço dos casos são evitáveis.



Nem tudo são, portanto, más notícias, pois um estilo de vida saudável está relacionado com o retardamento do aparecimento da doença. Sabe-se atualmente que uma gestão proativa dos riscos modificáveis tem um impacto direto na prevenção do Alzheimer.


O Alzheimer não é uma sentença de morte, e também não é verdade que seja uma consequência inevitável do envelhecimento.



Idosos com uma alimentação equilibrada e que se exercitam regularmente estão menos suscetíveis à doença, já que estas são duas das principais vias de diminuir o risco de contrair condições médicas associadas ao desenvolvimento de demência: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, obesidade e depressão.


Não fumar e não beber álcool são opções de vida cruciais para diminuir o risco de desenvolver Alzheimer.



A negatividade é outro fator a considerar. Existe, portanto, uma correlação entre os pensamentos negativos (manifestada através de depressão, ansiedade e stress continuado) e o aumento da probabilidade do idoso desenvolver Alzheimer. Sabe-se que o humor é muito importante nesta doença.



2 - É uma doença difícil de diagnosticar


O diagnóstico é difícil porque alguns sinais de declínio cognitivo também estão presentes noutros tipos de demências, cujos sintomas mais evidentes, como a perda de memória, afasia ou confusão espácio-temporal, são muito semelhantes entre si. Os médicos mais indicados para realizar o diagnóstico são neurologistas e psiquiatras.


Existem mais de 150 tipos diferentes de demência, uma das quais o Alzheimer, que é a mais conhecida devido à sua alta incidência.



​O processo de diagnóstico é normalmente feito por exclusão de outras causas de possam explicar os sinais e sintomas de declínio cognitivo.

A doença de Alzheimer pode ser facilmente confundida com:

  • Demência Vascular, que se refere a um tipo de demência associado a problemas na irrigação sanguínea do cérebro;
  • Demência de Corpos de Lewy, que é a mais semelhante ao Alzheimer, com a diferença de que os corpos de lewy (estruturas esféricas anormais presentes no cérebro) só podem ser identificados através da análise do tecido cerebral após a morte do paciente.
  • Demências Frontotemporais, que ocorrem quando se dá a degeneração de um ou de ambos os lobos frontais e temporais do cérebro;

Não existe um exame específico para fazer o diagnóstico do Alzheimer e o processo de identificação da doença é moroso, pois o médico tem que utilizar vários exames e avaliações para determinar em que tipo de demência os sintomas se encaixam e se é possível excluir outras causas para esses sintomas.

 

Quando a doença está num estado muito avançado, os sintomas são muito semelhantes e não há distinção entre os tipos de demência.



Os exames e avaliações podem ser uma verdadeira odisseia, dividindo-se entre testes laboratoriais, testes de despiste cognitivo e do estado mental, raios-x (para eliminar a hipótese de um tumor cerebral) e imagiologia cerebral (TACs).


Não é fácil e linear identificar a doença de Alzheimer, pelo que é preciso estar alerta para os primeiros sinais de demência. A deteção precoce pode evitar parte dos custos e do desgaste (físico e emocional) que exige o diagnóstico. 


O diagnóstico precoce é crucial, pois possibilita que o idoso tenha uma participação ativa na organização do seu quotidiano e a possibilidade de planear o futuro. Além disso, permite uma abordagem farmacológica mais incisiva, que alivie sintomas e preserve capacidades cognitivas, que só aumentam a qualidade de vida do idoso.



3 - Mulheres estão mais sujeitas ao Alzheimer


Este facto sobre o Alzheimer não é uma mera curiosidade, mas sim uma informação valiosa na prevenção da doença e na planificação do futuro do doente em conjunto com o seu cuidador, que normalmente é do sexo feminino.

Estudos identificam dois fatores que podem justificar a existência de mais mulheres com Alzheimer: as alterações hormonais e a exposição a situações de stress prolongado. Há também uma maior incidência de depressão nas mulheres, sendo este um dos factores de risco no desenvolvimento deste tipo de demência.


Aproximadamente 2 em cada 3 pessoas com Alzheimer são mulheres.



Existem outros factos igualmente reveladores da importância do género no diagnóstico de demências:​

  • Por regra, as mulheres vivem mais tempo, e, como a idade é um factor de risco, há maior probabilidade de haver mais mulheres com demência;
  • Em comparação com os homens, nas mulheres os sintomas apresentam-se de forma mais agressiva;
  • Existem culturas (inclusivamente Ocidentais) onde ainda prevalece a crença de que as mulheres precisam de menos estudos que os homens, sendo que a educação é uma das forma se prevenir a demência.

​É importante saber mais sobre esta doença, visto que afeta cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos, percentagem que sobre para 40% acima dos 80 anos. Aliás, a partir dos 65 anos, o risco duplica de cinco em cinco anos.

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