Pai és, velho serás. Como fizeres, assim acharás.

Por Susana Pedro , 10 de Dezembro de 2018 Envelhecimento


​O Natal é um tempo especial que impele à reflexão. Um nascimento traz consigo a promessa de algo novo, que seja, para além disso, melhor e mais belo. A celebração desse nascimento é a renovação desta introspecção.



Quando olhamos um bebé, tal como olhamos Jesus enquanto celebramos o seu nascimento, sentimos a indelével presença de que algo de imensamente bom está para chegar. Que aquele bebé que aconchegamos nos braços tem em si todo o potencial para se tornar um ser humano extraordinário. E tem. Tudo depende de nós.

Como temos vindo a falar, muitas das tarefas, no que respeita a cuidar e garantir a dignidade da pessoa idosa, sempre estiveram associadas à família e à comunidade. No entanto, este papel começou a ser transferido das famílias para as Instituições. 

Contudo, algo permanecerá sempre como inalienável por parte dos filhos em relação aos pais institucionalizados: o afeto.

Somos confrontados com imensas situações em que os idosos são abandonados ou negligenciados nos Lares e em que, mesmo tendo filhos, não são agraciados com a sua visita de forma frequente. E porque decorrerá esta situação? Em muitos casos sabemos tratar-se efetivamente de um abandono daquela que é a responsabilidade esperada por parte dos filhos quando a velhice toca à porta dos seus pais. Contudo, convirá refletirmos noutras situações que poderão conduzir a este abandono voluntário. 

Os afetos assentam em relações de reciprocidade. Damos afeto para o termos em retorno. Só assim o amor, o carinho, a confiança poderão subsistir. E é aqui que devemos chegar neste caminho de reflexão. Serão os pais, ao longo do seu percurso, capazes de olhar os seus filhos como algo de imensamente bom e de retornarem afeto nesse sentido, tentando potenciar essa bondade no ser humano? Ou terão, em muitos e repetidos momentos, os pais agido de forma negligente?


O que queremos aqui trazer à ideia é este ato de retorno: se os pais não forem capazes de demonstrar afeto, segurança e amor aos seus filhos estarão eles aptos para devolverem algo que não receberam durante a vida ou antes irão devolver exatamente o que receberam?



Não somos perfeitos na nossa construção, mas podemos caminhar sempre nessa direção. Fazendo o melhor que sabemos e o que de bom estiver ao nosso alcance. Daremos para recebermos. Daremos amor, compreensão, diálogo, carinho. Ensinaremos pelo exemplo. Temos em nós todo o potencial daquilo que é bom e belo. Esta é a mais suprema de todas as heranças que os pais podem deixar aos seus filhos. O amor pela multiplicação do afeto. A afetividade pelo exemplo. O carinho pelo gesto.

Seremos, pois, os melhores pais que conseguirmos. Não os melhores de entre os pais mas os melhores pais para os nossos filhos. Só assim conseguiremos garantir uma velhice onde o amor nunca se esgotará e os filhos nunca serão uma imagem ausente.


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