Cohousing: uma nova forma de vida sénior

Por Susana Pedro , 26 de Março de 2019 Longevidade


Na Dinamarca, cerca de 1% da população vive em comunidades de coabitação intergeracionais. Estas comunidades, que se multiplicam pelo mundo, distinguem-se por reunirem várias famílias num espaço, parecido a um bairro, mas que inclui também espaços conjuntos e tarefas partilhadas.



Saettedamen, na Dinamarca

Saettedamen, a cerca de 45 minutos de Copenhaga, foi a primeira comunidade de cohousing no mundo, há mais de 46 anos. Esta comunidade foi pioneira neste estilo de vida, juntando as famílias semanalmente em actividades conjuntas e refeições de género familiar. 

Quatro vezes por semana, quem quiser pode partilhar uma refeição confeccionada por uma das famílias aderentes, na cozinha da casa comunitária. Também os espaços outdoor, de jardim e estacionamento são comuns às várias famílias, que convivem após o horário escolar e de trabalho. Estes são momentos de partilha. Também todo o trabalho é partilhado, desde cortar a relva a limpar os espaços da casa comum. A lavandaria e as ferramentas são partilhadas pelas famílias.

Cada família tem também a sua casa, onde estão os quartos, casas de banho e uma cozinha própria. Não há regras rígidas, cada família contribui com o mais possível, mas sem obrigações para com os outros.



Em Portugal

O cohousing é menos conhecido em Portugal, havendo apenas uma iniciativa do género já com alguns anos, em Águeda. Esta iniciativa, fundada por uma IPSS (Instituição particular de solidariedade social) consiste numa Aldeia Sénior, hoje com 18 idosos, que vivem em pequenas casas, apoiados por uma equipa de profissionais.



Benefícios

Com este espírito de proximidade, é como viver numa pequena aldeia interdependente, em que todos se conhecem e confiam. A vivência num grupo misto intergeracional, onde vivem igualmente crianças, pessoas em idade activa e idosos, é extremamente benéfica para todos os envolvidos.

A solidão, um problema que vitima precocemente muitos idosos, e o isolamento social são assim evitados, havendo uma estrutura social muito forte e apoiante.


Vários moradores frisam que, se não vivessem em contacto frequente com um grupo tão variado, apenas falariam em temas relacionados com a idade, «doenças e dores». Assim sendo, adopta-se um esquema parecido com o da família mais afastada, que ao longo das últimas décadas tem perdido importância. Na medida em que todos têm o seu papel, as suas tarefas e se preocupam com toda a gente, é uma comunidade muito mais cooperativa e preocupada.

O contacto regular entre crianças e idosos não é só benéfico para os idosos, que mantêm as suas capacidades comunicacionais e cognitivas mais apuradas, mas também para as próprias crianças. Estas acabam por ter uma maior consciência do envelhecimento e contacto saudável com a realidade da morte. As conversas contemplam vários temas e opiniões, certamente decorrentes das diversas idades, sendo construtivas para todos.



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