3 Dicas para os lares combaterem a próxima crise económica

Por Susana Pedro , 24 de Junho de 2020 Lares e Residências

As mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional indicam que a pandemia de Covid-19 irá provocar uma recessão económica. Em todo o mundo, mas principalmente na zona europeia, esperam-se grandes taxas de desemprego e queda acentuada do PIB (Produto Interno Bruto). Para Portugal, prevê-se uma contração entre -5 e -8%, sendo a menos acentuada do Banco de Portugal e a mais severa do FMI.

Que significam estes dados para instituições de apoio à terceira idade como os lares?



As consequências da pandemia preveem uma crise económica


A pandemia de Covid-19, mais que uma crise de saúde pública, tornou-se uma crise em várias frentes. Vários negócios estiveram (e alguns ainda estão) fechados ou em lay-off. Múltiplos profissionais acabaram por ter de abdicar da sua profissão durante o período mais crítico, e isso fez-se sentir a nível social. 



Muitos negócios já faliram e o desemprego em maio disparou 34%, sendo claros indicadores da recessão económica que aí vem.



Em 2019, 71% das empresas inquiridas em Portugal para o Relatório Europeu de Pagamentos previa já uma recessão num futuro próximo: entre 1 a 5 anos. Esta percentagem era significativamente superior à média europeia, era era 35%. Com a crise sanitária do novo coronavírus, a preocupação cresceu.



A ação dos lares é ainda mais importante


Sendo esta crise de raiz sanitária, os idosos devem ficar em locais seguros, com acesso a cuidados de saúde imediatos e profissionais que consigam rapidamente identificar sintomas de infeção. Os lares e residências portugueses têm diretrizes muito específicas no que diz respeito a admissão de novos residentes e manutenção de um ambiente seguro para todos.



A pandemia de Covid-19 acentua a necessidade de supervisão especializada e apoio de profissionais experientes.



Ainda assim, a condição financeira é razão necessária para um idoso entrar num lar. As vagas sociais não são suficientes para a população envelhecida que existe em Portugal. Existem listas de espera sem previsão de entrada, e muitas vezes a única resposta imediata parte de lares privados. Estes lares, sem comparticipação do Estado, acabam por ter custos mais elevados e não estar acessíveis a toda a população.



Os idosos portugueses são muito vulneráveis


Os idosos portugueses tipicamente têm acesso a pensões e reformas reduzidas, face aos custos em lar. Isto significa que, frequentemente, ficam reféns de outras formas de financiamento, como rendas e participação de filhos ou outros familiares nas despesas. Como aconteceu na última crise, muitas famílias, em períodos de aperto financeiro, acabam por retirar os idosos de centros de dia e lares, trazendo-os para suas casas. Ainda que a família possa cuidar em casa do idoso, os cuidados de saúde podem sair prejudicados. 



Sem o devido apoio, retirar idosos dos lares e levá-los para casa pode levar a um aumento de dependência e agudização de outras questões de saúde. 



Outra solução que surge muito em contexto de crise financeira são as casas de acolhimento ilegais. Estas praticam valores mais baixos que os de lares e residências licenciados pela Segurança Social. Tratando-se de um negócio ilegal, no entanto, não oferece as mesmas condições de segurança e cuidados de saúde que um lar convencional.



A resposta dos lares tem de estar à altura


Uma publicação promovida pela CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade), As IPSS num Contexto de Crise Económica, analisou várias frentes da crise económica em instituições de apoio social. Focando-se especialmente na atuação das IPSS, as recomendações deste documento pode, ser estendidas a outros tipos de instituições, como lares e residências de idosos.



Os recursos dos lares devem ser rentabilizados de forma eficiente, minimizando desperdício e custos desnecessários:



Otimizar os rácios de pessoal especializado

Uma das maiores necessidades dos lares é os recursos humanos. Existem rácios de pessoal que têm de ser cumpridos de forma a que o serviço não seja comprometido. Como sempre, o pessoal mais especializado (enfermeiros e médicos) acaba por ser aquele que é mais dispendioso manter, e onde se pode poupar.

O documento promovido pela CNIS refere que uma solução possível é a «Partilha de recursos humanos especializados». Explica que um profissional liberal pago à hora será mais dispendioso que um que tenha um contrato de trabalho a tempo inteiro. Assim, caso não se justifique ter o profissional a tempo inteiro na mesma instituição, basta que as horas sejam divididas entre vários lares. Assim, as necessidades tanto do profissional como dos residentes idosos estão asseguradas.



Criar novos serviços de apoio à comunidade

Uma relação de proximidade com as famílias é sempre aconselhada, e ainda mais em contexto de crise económica. O diretor técnico ou responsável deve estar disponível para ouvir os receios e dificuldades das famílias e dos idosos. Assim, será possível identificar situações mais difíceis com alguma antecedência e procurar soluções alternativas para facilitar, caso seja possível.

O devido aconselhamento financeiro pode fazer toda a diferença para uma família em dificuldades, mas que não quer que o idoso deixe de ter o acompanhamento de que precisa. Isto pode referir-se ao corte de determinados serviços opcionais não essenciais, como cabeleireiro, ou a flexibilização de pagamento. 



Manter relações de proximidade com as famílias

A adição de outros tipos de serviços pode ser um ganho em situação de crise económica. Os lares de idosos acabam por ter profissionais qualificados e podem encontrar outras formas que não a estritamente residencial de dar apoio à população idosa. Outra recomendação da CNIS é a aposta em serviços de apoio domiciliário.

​Muitos idosos continuam a necessitar de cuidados especializados, de saúde e motricidade, mesmo que não possam comportar os valores de uma residência. O apoio domiciliário é a resposta a meio caminho. Apesar de não ser muitas vezes a melhor solução, pode ser a única financeiramente viável. Assim, as instituições que diversificarem os seus serviços terão mais fontes de rendimento.


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