Automedicação do idoso sozinho em casa: riscos e consequências

Por Mariana Camargo , 24 de Fevereiro de 2023 Longevidade


Na população idosa, diversos estudos apontam para a predominância do uso de medicamentos sem a prescrição de um profissional de saúde habilitado (automedicação), o que leva a potenciais riscos de interações com os medicamentos prescritos, reações adversas e intoxicações. Deste modo, a atenção farmacêutica deve ser considerada uma das prioridades no atendimento aos idosos, com intuito de garantir o acesso adequado aos medicamentos e o uso racional desses.


Em casa, há uma toma recorrente e por iniciativa própria de medicamentos, como analgésicos, laxantes e ansiolíticos, sem aconselhamento médico, muitas vezes sem conhecimento do profissional de saúde que acompanha o idoso.



O perigo da automedicação é maior para os idosos, porque eles geralmente apresentam comorbidades (a presença de mais de uma doença ao mesmo tempo) e, por isso, tomam diversos tipos de medicamentos. Incluir medicação que não tenha sido prescrita por um médico é bastante arriscado, já que pode haver interação medicamentosa

O acompanhamento próximo de um profissional de saúde especializado é essencial para que os idosos mantenham a sua ingestão de medicamentos segura e não corram perigo de abusar na ingestão de comprimidos que possam causar reações adversas. Neste artigo, vamos apresentar todos os perigos por trás desta prática tão comum entre os mais velhos.



A automedicação pode trazer dependência de medicamentos


Sem a prescrição de um médico com a posologia e tempo correto de toma, muitas das automedicações podem tornar-se dependência do idoso. Aquele medicamento acaba por se tornar algo necessário para o dia-a-dia, trazendo problemas de saúde. Os analgésicos são os mais utilizados pelos idosos e a dor é o sintoma mais relatado no que concerne à automedicação. Uma dose tomada todos os dias, sem necessidade disso, acaba por lesar o idoso de várias formas.


Um idoso que tome analgésicos diariamente, sem supervisão, tende a ir tomando cada vez maior quantidade desse medicamento, pois aos poucos o corpo vai-se habituando e o comprimido acaba por não fazer efeito.



O idoso muitas vezes, sem supervisão médica, acaba por estar a tomar um medicamento não adequado para o que está a sentir. Por isso, é importante que cada medicamento (especialmente os analgésicos) seja somente utilizado em episódios críticos, que devem ser sempre relatados ao médico que acompanha o estado de saúde do idoso. Isso porque o profissional deve estar sempre atento para a ocorrência de novas enfermidades que podem acometer os utentes, assim como receitar tratamentos não farmacológicos diversos.


Automedicação pode causar novos problemas de saúde


Existem diversas interações entre vários medicamentos que são tidas em conta quando o médico faz a prescrição de medicação. No caso da automedicação, o idoso não tem estes riscos em conta, e pode acabar por criar problemas de saúde inadvertidamente. Os analgésicos, por exemplo, podem diminuir o efeito de um medicamento utilizado para tratar pressão alta ou diabetes e, com isso, colocar o idoso em risco. Já remédios para dor no estômago, se utilizados por tempo prolongado, podem reduzir a absorção de substâncias importantes, como ferro e cálcio, essenciais na terceira idade, e causar anemia e osteoporose.


Algumas substâncias podem interferir no tratamento de doenças crónicas, além de anular, reduzir ou, por outro lado, aumentar o efeito dos medicamentos habituais do idoso.



Também um antigripal pode, no idoso, aumentar o risco de quedas e até causar problemas mais sérios como arritmia cardíaca. Isso porque, em sua formulação, esses medicamentos possuem várias substâncias, entre elas antialérgicos, que causam sonolência, e vasoconstritores, que reduzem o fluxo de sangue e aumentam a pressão dentro dos vasos.

Outras medicações frequentes para dores, por exemplo, se forem tomadas com muita frequência causam a diminuição da função do fígado, um órgão fundamental no metabolismo e na eliminação das substâncias. Além disso, a automedicação e a combinação de diversos remédios pode ocasionar também problemas nos rins e nos pulmões, que ficam sobrecarregados quando há desarmonias causadas pelo excesso de medicação. 



Podem ser mascaradas doenças graves


Outro ponto que preocupa famílias de idosos quando o assunto é medicação é a possibilidade de medicamentos casuais mascararem sintomas de doenças mais graves. Em vez de atacar a fonte do problema ao procurar um profissional de saúde, o idoso camufla os seus sintomas, e agrava a situação. Muitas vezes, o diagnóstico é tardio, e o real tratamento torna-se mais complicado ou ineficaz.



Os idosos nem sempre apresentam os sintomas mais óbvios para o seu diagnóstico correto, portanto camuflar qualquer sintoma poderá levar a um diagnóstico tardio e complicações de saúde.



Há casos de idosos que nem sempre apresentam os sintomas mais óbvios. Por exemplo, numa infeção urinária, o ardor ao urinar pode ser o último sintoma, antecedido por confusão mental, alteração de comportamento, agitação ou sedação. Vale lembrar que o contrário também é comum, e numa infeção grave o idoso pode ter como sintoma apenas uma febre. Longe do acompanhamento de um profissional, acabamos por atacar com a automedicação apenas o sintoma e não a fonte do problema, podendo haver sérios riscos a longo prazo para o bem-estar do idoso.



Sozinho em casa, o idoso corre o risco de se automedicar


A orientação e organização dos medicamentos é um cuidado importante, já que os horários a serem tomados devem ser obedecidos à risca. Além do médico, que é insubstituível, atualmente existem vários profissionais qualificados capazes de oferecer ao idoso os cuidados necessários. Entre eles estão o psicólogo e os enfermeiros, que poderão orientar sobre horários e dosagens dos medicamentos, quando os idosos tiverem alguma dúvida.

Após saber estas informações, deve ficar atento à rotina de medicação do seu familiar idoso, para que saiba de maneira rápida quando ele está a automedicar-se e potencialmente em perigo. Idosos que não conseguem manter uma rotina de medicação saudável, e estão sozinhos em casa, não estão seguros. Uma resposta segura nestes casos são os lares de idosos, já que nessas instituições os residentes terão o acompanhamento próximo de profissionais de saúde de diversas áreas, que os ajudarão a manter a rotina de medicação de forma saudável, além de estarem atentos a qualquer possível sintoma de uma nova comorbidade.




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