Vida ativa em lar: Lucília Dias

Por Sónia Domingues , 22 de Julho de 2022 Idosos

Nascida em São Romão de Panóias, no concelho de Ourique, em pleno Alentejo, Lucília cedo deixou os estudos e foi trabalhar para o campo. Mas a então jovem mulher achou que devia mudar de vida e foi tirar um curso de bordados à máquina e à mão e ingressou num armazém de roupa.

Aos vinte e um anos casou-se: «Namoramos pouco tempo, casamos  e pronto, foi num instante, fizemos tudo à pressa», diz Lucília, com um sorriso nos lábios. Tem três filhos, fruto do casamento, e há 14 anos perdeu o marido.

Ainda ficou a viver sozinha alguns anos, mas depois de uma queda aparatosa, que lhe provocou um braço partido, concluiu que já não tinha condições para viver sozinha. Custou-lhe abandonar a quinta onde viveu e onde criou os seus filhos, mas hoje em dia reconhece que está melhor na residência.

«Aqui estou melhor, tenho muitas saudades das minhas coisas, de tudo, é natural, mas aqui estou bem, tratam-me bem, estou segura e tenho muitas amigas», afirma Lucília.



A segurança de ter quem cuide de si


Lucília Carolino Dias vive na residência Azeitão Senior Care há oito anos e continua a fazer os trabalhos em renda de que mais gosta. Com oitenta e oito anos de idade, vai mantendo a destreza de mãos, muito em parte devido às sessões semanais de fisioterapia realizadas no lar de idosos. 

Como fez a transição para o Azeitão Senior Care?

Lucília Dias - Bem. A princípio, ainda ia e vinha todos os dias de casa. Custava-me mais, mas já não podia ficar sozinha em casa, porque parti o braço. Tenho três parafusos. Depois comecei a ter problemas com as pernas e, depois, comecei a ficar aqui de vez. E foi mais fácil estar cá sempre, fiz muitas amigas.



Viver no lar ajudou a controlar a sua saúde?

Lucília Dias - Sim, isso sim. Agora estou melhor, por causa da fisioterapia, das massagens e da ginástica. Já melhorei bastante, a idade é que vai avançando, mas estar no lar melhorou. Não gosto muito da ginástica, que me doem as pernas, mas tem que ser. (risos) Fazemos muitos exercícios, braços, pernas, mãos, cabeça e pescoço, trabalhamos com bolas e com aros. Fazemos exercício pelo menos duas vezes por semana. E também temos música, expressão plástica, aprendemos a mexer em computadores e telemóveis. Vamos muitas vezes ajudar a fazer alguns pratos, sobremesas e assim, na cozinha. São dias muito animados!

Agora estou muito melhor, graças à fisioterapia, às massagens e ginástica!



Quais as vantagens de viver no lar?

Lucília Dias - Tenho uma enfermeira quando preciso e um médico. Faço massagens, e tenho a Carla [animadora do Azeitão Senior Care], esta menina é como uma filha para mim. Há dias que a comida não é do meu agrado, mas não se pode ter tudo! Eu já não posso comer com sal, portanto eles fazem-me uma dieta especial. Não tenho que fazer as lides domésticas, não tenho que cozinhar... E posso dedicar-me aos meus passatempos!

Deixei de perder tempo com as tarefas domésticas e tenho tudo o que preciso: comida, médico, enfermeira, atividades.


Lucília, na instituição onde reside



Liberdade para fazer as atividades de que mais gosta


Tem algum passatempo que faça no lar?

Lucília Dias - Tenho, sim, agora já tenho tempo livre para me dedicar às rendas. Antigamente, de manhã, tratava de casa. Depois, à tarde, havia também sempre que fazer na quinta. Agora faço renda, tinha uns restos de linha ainda em casa, acabei de fazer umas rendas que tinha deixado a meio e tenho feito mais trabalhinhos. Mas já não tenho a vista que tinha, já vou sentindo os meus olhos um bocadinho cansados. No Natal, ainda dei de presente às funcionárias do lar, uma rendinha a cada uma.

Dedico-me às rendas. Finalmente acabei de fazer umas que tinha a meio, e fiz mais trabalhinhos, que ofereci às funcionárias!



As suas rendas são sempre coloridas?

Lucília Dias - Sim, assim é que fica bonito! Gosto de misturar as cores, assim ficam muito bonitos. O meu filho, no Natal, levou dois paninhos. Eu estou a gastar uns restos de linhas que ainda tinha em casa. Eu costumava desfazer as camisolas e as peças que não usava mais, para aproveitar as linhas. Por isso, as minhas rendas são muito coloridas.



A renda é um passatempo que vem de quando era nova, não é?

Lucília Dias - Sim, quando era mais nova a minha mãe ensinou-me a fazer renda. Ela sabia fazer essas coisas muito bem. Mas naquele tempo eu queria era bailar! Eu queria era bailes, adorava dançar e ganhei muitos prémios! Ia com o meu pai, que também gostava muito da dança, e ganhava sempre os prémios todos! Se viesse um rapaz que não soubesse dançar, eu não ia! Agora andar sempre a me pisar! (risos) Agora já não posso dançar tão bem, as minhas pernas não me deixam, as articulações… Mas vou dançando com os braços nos convívios que fazemos no lar.

Sim, a minha mãe ensinou-me a fazer renda. Com o meu pai, eu ia aos bailes, dançar. Ganhei muitos prémios!



Que outras atividades faz no lar?

Lucília Dias - Aqui na residência fazemos muitos convívios e bailes, para festejar as datas mais importantes. O São Martinho, o Ano Novo, os Reis, o Natal... mas o Natal é uma época triste para mim, foi na altura em que o meu marido faleceu e ainda sinto muito a falta dele.
Eu gosto muito de pintar, é a minha desgraça [risos]. Gosto muito de fazer essas coisas todas, eu não gosto de estar parada. Agora ainda tenho dois desenhos para acabar. Pinto com lápis de cor e também com pincel. Gosto muito de trabalhos manuais, e gosto muito de pintar. Gosto de fazer os trabalhos bem feitos, pinto sempre certinho, dentro das linhas, mas às vezes já me doem os dedos.

Eu não gosto de estar parada. Aqui fazemos convívios e bailes, atividades...eu também gosto de muito de pintar desenhos.


As rendas de Lucília

E com a pandemia, o que mudou?

Lucília Dias - O lar tem muito cuidado com a nossa saúde, é muito asseado e tudo. Só podíamos ver a família por um vidro. Tenho seis netos e um bisneto, e tenho muitas saudades deles, de os abraçar e de estar mais tempo com eles. Esta pandemia tem sido uma desgraça, tanta gente a morrer, mas aqui no lar tem sido tranquilo.


Lucília Dias viu a sua qualidade de vida aumentar quando entrou no lar, há oito anos. Desde aí, tem tempo para finalmente consagrar às suas rendas, sempre interrompidas pelo trabalho na quinta em que vivia. Hoje, com muitos cuidados os seus netos e o bisneto visitam-na. Também tem um grupo unido de amigos residentes neste lar e um plano de atividades estruturado. Lucília tem tudo para viver a sua vida com tranquilidade e segurança, no Azeitão Senior Care.



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