Ida para um lar: decidir sem receio nem revolta

Por Joana Marques , 19 de Abril de 2021 Lares e Residências


​Perante a necessidade de ir para uma instituição de apoio, o ideal é que o idoso entre para o lar com um estado de espírito positivo, em que predominam os sentimentos de satisfação, bem-estar e despreocupação. No entanto, a entrada para um lar nem sempre é encarada desta forma e a transição pode causar ansiedade, sofrimento, infelicidade e, em casos mais extremos, raiva e revolta.


É impossível prever de antemão se o idoso se vai adaptar ou não à vida em lar.



A aceitação do idoso depende de diversos fatores, entre os quais a sua predisposição inicial para fazer parte do processo de decisão (que é tanto mais relevante quanto melhor preservadas estão as suas capacidades cognitivas). O cenário mais favorável é aquele em que o idoso participa na tomada de decisão e, inclusivamente, projeta o ingresso no lar como um acontecimento previsível e desejável.


A entrada num lar é por vezes precipitada por questões de saúde ou um acontecimento imprevisto, mas é possível envolver o idoso no processo de escolha.



Cada caso é um caso e a adaptação vai sempre depender das circunstâncias em que se dá a institucionalização e da forma particular com que cada idoso encara a ida para um lar, cuja posição por vezes é transmitida à família muito tempo antes de a questão se colocar. Os idosos que sempre se manifestaram contra a ida para um lar são aqueles que estão mais susceptíveis a não se adaptarem à nova realidade quando a transição é uma inevitabilidade.


Para o idoso, uma mudança pode ser desconcertante, mas bem aceite, ou ser traumática e levar à rejeição da vivência em lar.



É esta temática da (in)adaptação que nos leva a abordar neste artigo uma questão que por vezes é evitada por familiares e idosos, mas que deve ser tida em conta: mudar de lar é uma opção real ou uma opção a evitar quando a transição para a realidade institucional é mal sucedida? 


Uma mudança é sempre uma mudança


Para os idosos, a ida para um lar é sempre um acontecimento que desencadeia um processo de transição, que pode ou não culminar num resultado adaptativo e satisfatório.


A vida em lar constitui uma nova realidade, na qual o idoso desempenha papéis diferentes, num ambiente coletivo com regras e horários definidos.



Sair de casa para um lar é um desafio para qualquer idoso, pois implica uma mudança no estilo de vida. No entanto, é importante que o idoso saiba que essa mudança não corresponde automaticamente à perda da sua identidade, liberdade e autonomia.

Acompanhe o processo de perto


O idoso deve sentir que vai estar acompanhado durante o processo de adaptação e o papel da família é contribuir para desmistificar os medos mais comuns e para demonstrar os impactos positivos da mudança no que se refere à manutenção da saúde e qualidade de vida.


Uma mudança implica sempre algum grau de ansiedade, porque os mais velhos não gostam do desconhecido e de sentir que não controlam o ambiente à sua volta.



Inicialmente, vai ser sempre necessário um período de adaptação, durante o qual o idoso aprende a organizar-se mental, física e socialmente a uma nova realidade. Nos primeiros meses, é normal que existam dúvidas e sentimentos de angústia ou ansiedade. Após a admissão, a integração plena na rotina de um lar demora sempre algum tempo (que pode ser variar entre três meses e um ano, sensivelmente) e é expectável que seja bem sucedida se tudo correr dentro do previsto.


Pode demorar até um ano para que o seu familiar idoso se sinta plenamente à vontade com as rotinas diárias de um lar de idosos.



Cabe ao lar garantir que não existem mudanças abruptas no quotidiano dos idosos, mas, por vezes, o processo de adaptação pode ser interrompido por complicações inesperadas.


O lar tem um papel fundamental


São de evitar mudanças de quarto ou da decoração pessoal e dos espaços mais significativos (com exceção das que assinalam uma data festiva). Além disso, o idoso pode ser confrontado com alterações impossíveis de prever, como a morte de um companheiro de quarto ou uma hospitalização não programada.


O processo de adaptação deve ser flexível e as equipas do lar devem ser sensíveis ao que é mais adequado para que o idoso se sinta o mais em casa possível.



Diz-se que uma adaptação bem sucedida é aquela cuja fase pós-institucionalização termina com o idoso plenamente integrado na rotina e na comunidade do lar. Normalmente, as atividades socioculturais, os momentos de lazer e a prestação de cuidados humanizados são as dinâmicas que mais contribuem para que o idoso se sinta feliz no lar e que a sua presença nessa comunidade é importante e valorizada.



Há formas de facilitar a adaptação


Existem formas de minimizar o trauma na ida para um lar, mas podem ocorrer situações em que a inadaptação do idoso é de tal forma evidente que se torna prejudicial para a sua saúde física e mental. Se alguma vez se deparar com esta situação não ceda de imediato ao impulso de retirar o idoso do lar. Pesados os prós e os contras, essa até pode ser a solução mais adequada, no entanto é necessário perceber primeiro porque é que o idoso não se adaptou.


Não se precipite se o seu familiar idoso não se adaptar ao lar. Será que a melhor solução é deixá-lo voltar para casa? Ou mudá-lo de lar?



Se o idoso não se adaptar à vivência num lar porque já foi institucionalizado contra vontade, mudar de instituição poderá não fazer qualquer diferença. Atualmente, os lares são compostos por equipas profissionais multidisciplinares, cujo objetivo é precisamente proporcionar o maior nível possível de bem-estar físico e emocional ao idoso.


As equipas dos lares têm como missão proporcionar uma transição suave e positiva, pelo que é sempre possível tentar uma nova abordagem caso o idoso se sinta infeliz.



Uma nova mudança deve ser considerada como a solução extrema para um problema extremo.

 
Existe sempre solução se o idoso não se adaptar


Existem de facto idosos com os quais é muito difícil lidar e são esses que à partida terão mais probabilidades de não se adaptarem à nova realidade. Normalmente, são inflexíveis, não aceitam bem o processo de envelhecimento e a perda de controlo sobre as suas vidas. Se o seu familiar idoso se enquadra nesta categoria, deve dizê-lo aos profissionais do lar na altura da admissão.


A estratégia mais adequada para lidar com o idoso inadaptado é a empatia, humanidade e compaixão.



Retirar o idoso do lar e levá-lo para casa pode não ser uma alternativa adequada, porque as condições que levaram a que o idoso fosse institucionalizado não mudaram. É possível que anteriormente a família tenha tentado evitar a ida para o lar através da contratação de serviços de apoio domiciliário. No entanto, se entretanto se verificou a necessidade de colocar o idoso num lar, essa necessidade continua a existir.


A mudança de lar é sempre possível e pode contar com a ajuda Lares Online para encontrar a melhor solução em casos de inadaptação, insatisfação ou más escolhas.



Mudar de lar implica uma nova transição e o idoso terá que começar do zero a adaptação, o que pode agravar os sentimentos de insatisfação, tristeza, revolta ou ira. É necessário que esta seja uma decisão ponderada, porque num lar existem deveres a cumprir, como o respeito por todos os colaboradores e outros utentes, que devem ser tratados com civilidade e correção.


Procure sempre encontrar o melhor equilíbrio, pelo bem-estar e segurança do idoso, e para descanso da família.



Um idoso inadaptado corre sérios riscos de saúde, porque existem maiores probabilidades de recusar cuidados ou desenvolver quadros de depressão. Uma nova mudança pode ser positiva especialmente se o idoso concordar que será mais feliz numa instituição com características diferentes, como por exemplo estar mais próximo da família, ter uma comunidade de utentes mais pequena e familiar ou tipologia de quartos mais desejável. 


Seja qual for a sua opção num cenário de inadaptação, conte com a nossa ajuda na nova etapa, porque a nossa missão é comum: prestar os cuidados adequados e necessários ao idoso e garantir que ele se sente valorizado e o mais em casa possível.



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