Proteger o idoso do frio rigoroso

Por Joana Marques , 18 de Novembro de 2019 Idosos


​Os riscos para a saúde e bem-estar do idoso são acrescidos na transição do outono para o inverno. Todos os anos, a Direção-Geral de Saúde (DGS) implementa um Plano de Contingência, em vigor de 1 de Novembro até 31 de Março, para prevenir e minimizar as consequências do frio rigoroso nas populações mais afetadas: crianças e idosos, em especial pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.


Por natureza, os idosos são mais frágeis. O sistema imunitário não é tão resistente, as reservas funcionais são mais baixas e há uma menor capacidade de regular a temperatura do corpo.

 

A hipotermia, o enregelamento e a desidratação são os principais perigos da exposição prolongada a baixas temperaturas.



Estar mal agasalhado ou andar ao frio sem proteção faz com que a pessoa fique mais suscetível a gripes e constipações, mas também à hipotermia e desidratação.

O envelhecimento da população obriga-nos a estar mais alerta para os cuidados a ter com os mais velhos, já que anualmente o frio é um dos grandes responsáveis pelo internamento e morte de muitos idosos.



Os idosos têm mesmo mais frio

O envelhecimento leva a que o corpo reaja de diferentes formas quando sujeito a situações de variação extrema da temperatura ambiente. É inevitável que o metabolismo desacelere com a idade, o que leva a que seja mais difícil manter a temperatura do corpo. A ideia de que os mais velhos são friorentos tem razões biológicas que a justificam, já que, ao haver uma menor capacidade para reter calor, os idosos mais facilmente ficam expostos a situações de hipotermia e tremores.

Além disso, a sensibilidade térmica da sua pele é mais reduzida, o que implica uma resposta mais tardia ao frio. Prevenir e proteger contra o frio é mesmo o melhor remédio.



Cuidados a ter entre quatro paredes

Os dias ficam mais curtos, as temperaturas baixam, a chuva é mais intensa, as rajadas de vento mais fortes e, dependendo da zona do país, dá-se a formação de gelo e queda de neve. Num ambiente tão adverso, familiares e cuidadores devem implementar várias estratégias para manter os idosos seguros e confortáveis.

Uma das principais recomendações, seja em casas particulares ou lares da terceira idade, é que a temperatura ambiente se mantenha amena.


A temperatura de conforto no inverno situa-se entre os 18ºC e 22ºC. Mesmo em casas aquecidas, o ideal é vestir várias camadas de roupa e assegurar que as extremidades estão protegidas.



Os grandes aliados contra o frio dentro de casa são os aquecedores centrais, as lareiras ou os termoventiladores. No entanto, é importante não esquecer que estas formas de reter o calor entre quatro paredes podem também colocar em risco a segurança e saúde do idoso.

​Deve-se dar especial atenção a equipamentos com armazenamento de combustível, como gás ou gasóleo, instalar recuperadores de calor nas lareiras e manter sempre as portas abertas e, idealmente, uma janela, para que haja circulação do ar. Caso contrário, a concentração do monóxido de carbono poderá ser letal. As botijas de água quente também são uma opção, mas convém certificar de que estão bem fechadas e que a água não está a ferver, para evitar queimaduras.



​Roupa quentinha, mantinhas e chazinhos

Nos dias mais agrestes, com muita chuva e vento, o melhor é que o idoso nem saia de casa. Caso tenha mesmo que ir à rua, deve vestir várias camadas de roupa e evitar andar muito a pé.

​A água faz com que o chão fique mais escorregadio, o que pode dar origem a quedas. O ideal é que o idoso se desloque de automóvel, tendo em atenção que o aquecimento do carro não deve estar ligado mais do que 10 minutos em cada hora e os vidros devem ser mantidos abertos para que haja arejamento.



Prevenção fora de casa: várias camadas de roupas quentes, calçado adequado ao frio e à chuva e bebidas quentes num termo.



Mantinhas, roupa térmica e confortável e chás quentes são companheiros inseparáveis, seja em casa própria ou numa residência para idosos. As mantas, cachecóis e xales devem estar sempre à mão. A roupa deve ser confortável para não prejudicar a circulação e devem ser servidas bebidas quentes, que previnem a desidratação ao mesmo tempo que mantém o temperatura do corpo.

Aliás, a hidratação deve ser uma preocupação constante, pois os idosos tendencialmente consomem menos água. Nos meses mais frios, também sentem menos sede, o que aumenta as probabilidades de não ingerirem líquidos suficientes para manter equilibrados os níveis de água do organismo.


A alimentação: um aliado estratégico

Quanto mais frio está, maior é o número de calorias que o corpo despende para se manter quente. Para que a alimentação se mantenha equilibrada e não haja uma maior ingestão de gorduras e açúcares, os idosos devem ingerir frutas, vegetais e proteína, muitas sopas e caldos.

​O consumo de vitaminas, sais minerais e antioxidantes é fundamental para minimizar os efeitos das infeções típicas das estações mais frias. Caso a saúde permita, podem ser incluídos na alimentação do idoso alimentos mais calóricos, como frutos secos, chocolate (de preferência negro) e azeite.



Cuidados adicionais


  • Os banhos devem ser rápidos e a temperaturas amenas;
  • O idoso deve ser mantido seco e não arrefecer com roupa molhada ou transpirada.
  • A pele deve ser hidratada para diminuir a sensação de secura;
  • Recomenda-se a vacinação preventiva;
  • Devem ser mantidas atividades físicas e de alongamento, mesmo nos casos em que a mobilidade é mais reduzida, pois o exercício aumenta a produção de calor e a circulação sanguínea;
  • Fazer pequenos movimentos com as mãos, braços e pernas evita que o corpo arrefeça tão depressa;
  • Evitar locais muito aglomerados e fechados e o ambiente deve estar sempre ventilado.


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