Vitaminas e suplementos que combatem a demência nos idosos

Por Mariana Camargo , 21 de Novembro de 2022 Demência


A demência é uma das principais causas de incapacidade e dependência dos idosos em Portugal e no mundo. Por isso, estudos de como pode ser evitada e combatida estão sempre a ser realizados. Esse grupo de doenças inclui a Doença de Alzheimer e Demência por Corpus de Lewy , e atinge mais de 46 milhões de pessoas no mundo, o que desperta grande interesse da comunidade médica. Frequentemente são realizados estudos focados em estratégias que evitem o surgimento ou progressão das demências. Para que saiba de tudo que pode ser feito para manter-se longe da demência, preparámos este artigo, que lhe vai explicar quais são as vitaminas e suplementos que podem ajudá-lo e aos seus familiares idosos nisso.



Fatores que influenciam o desenvolvimento de demência


Existem vários fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da demência. Alguns, como idade avançada, fatores genéticos ou histórico familiar, não podem ser modificados. No entanto, existem outros fatores que, se modificados, podem reduzir a probabilidade de desenvolver demência ou pelo menos retardar seu início nos idosos. Estes possíveis hábitos modificáveis são diversos, e incluem o hábito do tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes, consumo de álcool, ou mesmo baixo contacto social.


Alguns fatores, se modificados, podem reduzir a probabilidade de desenvolver demência ou pelo menos retardar o seu início nos idosos.



A dieta e os défices nutricionais também parecem exercer grande influência no desenvolvimento da doença. Assim, a suplementação nutricional pode ser uma solução muito válida para prevenir o declínio mental nos idosos. As vitaminas, por exemplo, desempenham um papel muito importante no bom funcionamento da fisiologia humana, incluindo o desempenho cognitivo.



Vitaminas e suplementos no combate à demência


Quer sentir-se mais preparado para prevenir os seus familiares idosos, ou a si mesmo contra o avanço da demência? Continue a acompanhar os artigos da Lares Online para mais conteúdos interessantes e necessários sobre a saúde e a qualidade de vida dos idosos.


​1. Vitaminas do Complexo B

Numa recente revisão sistemática que avaliou a suplementação de vitaminas na demência, os resultados mais promissores foram referentes às vitaminas do complexo B. Estas vitaminas regulam a produção de energia no organismo, fortalecem o sistema imunitário e mantêm a saúde do sistema nervoso, da pele, dos cabelos e do intestino. Além disso, as vitaminas do complexo B também são importantes para transportar o oxigénio e os nutrientes no corpo, ajudando a prevenir situações como anemia e cansaço.

Estas vitaminas são encontradas em muitos alimentos, como cereais, frutas, vegetais, laticínios e leguminosas. Por vezes, há alguma dificuldade em assimilar estas vitaminas apenas através da dieta, portanto o melhor para os idosos poderá ser mesmo o uso de suplementos, que devem ser sempre orientados por um médico, ou nutricionista.


2. Curcumina

A curcumina é um extrato do conhecido açafrão da Índia. A curcumina é o ingrediente ativo da cúrcuma que não só lhe confere uma cor amarela vibrante, mas também possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Pesquisas promissoras mostraram que a curcumina pode ser usada como tratamento para os sintomas da doença de Alzheimer e outras demências. As suas propriedades antioxidantes também podem desempenhar um papel no combate a alguns dos primeiros sintomas de demência. 

A curcumina e a cúrcuma são usadas na medicina ayurvédica há centenas de anos. A curcumina é pouco absorvida pelo corpo quando isolada e, portanto, deve ser tomada com extrato de pimenta preta para aumentar a absorção. Existem diversos suplementos no mercado, portanto deve falar com o médico assistente do seu familiar idoso para que seja escolhido o que terá melhores resultados.


3. Vitamina D

A vitamina D ajuda a regular a quantidade de cálcio e fosfato no corpo. Os mais velhos precisam de mais vitamina D, porque normalmente passam menos tempo ao ar livre, pelo que recebem menos vitamina D do sol e sua pele não produz vitamina D tão eficientemente quanto quando eram mais jovens.
Alguns estudos mostraram que a falta de vitamina D pode estar associada a um risco aumentado de demência. Outros estudos demonstram benefícios na memória visual, trabalho e aprendizagem, e outras escalas de avaliação cognitiva dos idosos. 

Portanto, comer alimentos ricos em vitamina D ou tomar suplementos de vitamina D pode retardar ou até prevenir a demência. O corpo cria vitamina D a partir da luz solar direta na pele ao ar livre. É importante que os idosos passem algum tempo todos os dias, ou pelo menos todas as semanas, perto de uma janela e no exterior das suas casas ou lares de idosos. A vitamina D também é encontrada em um pequeno número de alimentos, como peixes gordos e gemas de ovos, e também pode ser tomada como suplemento. 


4. Conjugação de vitamina C e E

A vitamina C é um nutriente solúvel em água, ou seja, a sua absorção pelo organismo requer a associação a líquidos. Esta vitamina participa em diversas interações do nosso organismo, servindo como ingrediente, por assim dizer, para produzirmos tecidos, células e compostos químicos essenciais para a nossa saúde. A vitamina C é essencial para manter a função cerebral em atividade regular, atuando ao nível dos neurónios. Pode encontrar vitamina C em alimentos como salsa, couves, pimento, kiwi, coentros, citrinos, brócolos e espinafres. Já a vitamina E ajuda a manter a pele e os olhos saudáveis ​​e fortalece a defesa natural do corpo contra doenças e infeções. A vitamina E é encontrada numa ampla variedade de alimentos, como óleos vegetais, nozes e sementes.

Há estudos que mostram que a vitamina C e uma alta dose de vitamina E, quando combinadas, demonstraram efeitos positivos no desempenho cognitivo. Estudos mostraram que tomar vitamina E pode retardar o declínio das habilidades cognitivas em pacientes com demência, juntamente com a medicação tradicional. Estas vitaminas podem ser encontradas numa alimentação equilibrada, mas também podem ser absorvidas recorrendo a suplementos. Neste último caso, recorra ao médico do seu familiar idoso para encontrarem em conjunto a melhor solução.


​5. Ómega-3

Os ácidos gordos ómega-3 são gorduras importantes que desempenham um papel fundamental no corpo dos idosos. O Ómega 3 é conhecido como «alimento para o cérebro» e pode trazer benefícios para a memória e aprendizagem em adultos, assim como ajudam na manutenção da saúde do cérebro dos mais velhos. Para além disso, estes ácidos gordos têm ação anti-inflamatória, podendo ser utilizados para controlar os níveis de colesterol e glicemia dos idosos. São usados ainda para prevenir doenças cardiovasculares, além de melhorar a disposição dos idosos.

Fontes naturais de alimentos ricos em ómega-3 incluem peixes de água fria, como salmão, atum, truta, cavala e sardinhas. Também pode encontrar muitos ácidos gordos em sementes, como linhaça ou chia. Se através de uma alimentação regrada os idosos ainda não cheguem às doses recomendadas, o médico assistente pode indicar cápsulas de suplementação, a incluir no dia-a-dia.

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