[Sondagem] Famílias afirmam manter confiança nos lares de idosos

Por Daniel Carvalho , 24 de Junho de 2020 Lares e Residências


Passada a fase mais sombria para a história dos lares de idosos em Portugal, vivemos agora a primeira fase de reconstrução destas instituições. Uma reconstrução que varia de lar para lar, de zona para zona do país. Houve lares com casos de Covid-19 em grande escala e, por esse motivo, têm uma recuperação mais lenta pela frente. Outros, felizmente, não registaram qualquer caso e, como tal, precisam somente de adaptar a sua atividade às novas medidas de contenção e manter o alerta máximo.

Nestas duas vertentes há um fator que é comum e que deve ser recuperado de igual forma, independentemente do tipo de atuação face à Covid-19:


Esse fator trata-se da confiança das famílias no processo de procura por um lar de idosos.



​Sabendo que os idosos são o grupo etário mais débil para enfrentar a doença, sabendo também que as mortes em lares de idosos representaram uma boa parte do valor total e havendo algumas limitações às visitas tendo em vista a integração em lar, naturalmente os níveis de confiança das famílias em relação aos lares de idosos poderiam baixar durante este período.

Para conseguirmos ter uma visão clara deste estado de confiança das famílias promovemos uma sondagem com uma única pergunta de partida: «Como está a sua procura por um Lar de Idosos?».  Para as respostas contribuíram famílias que procuraram um lar  através da plataforma Lares Online entre fevereiro e maio (período pré e durante pandemia).



Como está a confiança das famílias na procura por um lar de idosos?


 As 131 respostas obtidas foram divididas essencialmente em duas vertentes: as famílias que retomaram recentemente a procura e as famílias que optaram por adiar ou suspender a procura por um lar de idosos.
Como está a sua procura por um Lar de Idosos?
A esmagadora maioria das pessoas (42,7%) acabou por encontrar uma instituição, mesmo na situação de pandemia que se atravessava no período em que fez a procura. No entanto, quase metade das pessoas afirmou apenas ter recomeçado a procura recentemente (20,6%) ou ter adiado/suspedido a decisão de ida do idoso para lar (25,2%).


Um quarto das famílias afirmou ter adiado ou suspendido a sua procura nestes 3 meses.



Tentámos perceber qual o motivo que levou as famílias a tomarem esta decisão. A maior parte das pessoas (42,4%) afirmou ter adiado por não se tratar de uma situação urgente, tendo meios para poder continuar a adiar a decisão de institucionalizar o familiar.

Neste caso, podemos deduzir que parte das decisões podem ter sido influenciadas pela situação atual nos lares. Ainda assim, não foi o principal fator.Porque adiou ou suspendeu a procura de lar?

Depois desta, as respostas com maior representatividade são de famílias que afirmaram ainda não terem encontrado o lar ideal (21,2%) ou estarem exclusivamente à procura de uma vaga comparticipada (12,1%), onde existe uma lista de espera que atrasa bastante a conclusão do processo.


Contra as teorias de senso comum, só 21,3% das pessoas referiu o receio da Covid-19 ou a limitação nas visitas presenciais como motivo principal para ter adiado a sua procura.


Qual foi a razão para retomar a procura?


Foram 21% as famílias que afirmaram ter retomado recentemente a procura após o período de auge da pandemia.



Neste capítulo as respostas foram mais homogéneas e de fácil explicação. Foram 59,3% as famílias que afirmaram retomar a procurar por não terem outra alternativa senão institucionalizar o seu familiar idoso, neste momento. A juntar este motivo, foram 22,2% as famílias a justificarem-se especificamente com o regresso aos seus locais de emprego para a retoma da  procura.


81,8% das famílias afirmou não ter alternativa a não ser a colocação de idosos em lar, neste momento.



A par dos motivos por situações quase impostas (como as anteriores), foram 18,5% as famílias que afirmaram retomar a procura por agora sentirem mais confiança nos lares.  A isto se deve um excelente trabalho de prevenção e controlo do vírus dentro dos lares que tem sido gradualmente comunicado às comunidades e tem revertido o paradigma de incerteza.



A Covid-19 influenciou a forma como as famílias percecionam os lares de idosos?


No final, tentámos perceber, independentemente da situação atual de procura de cada família, como é que elas percecionam atualmente os lares, após a chegada da Covid-19.​

A Covid-19 influenciou a forma como as famílias percecionam os lares de idosos?


Como podemos verificar na imagem anterior, a maioria dos participantes avalia positivamente um lar de idosos como solução para um idoso, independentemente da situação que vivemos atualmente. Ora vejamos:

Respostas Negativas

- Foi o correspondente a 34,4% as famílias que indicaram não optar por um lar de idosos caso tivessem outra opção de escolha.


Respostas Positivas

- 31,3% das famílias referiram que os lares são a melhor opção para quem não consegue cuidar dos idosos nas suas casas;

- 17,6% das famílias afirmaram que os lares são a resposta mais completa e equilibrada para um idoso;

- 9,9% das respostas colocaram os lares como solução natural para responder às necessidades do envelhecimento;

- Ainda 3,1% das famílias fizeram questão de referir que os lares são uma solução tão digna quanto um Centro de Dia ou o Serviço de Apoio Domiciliário.



Feitas as contas, foram 45 famílias que assinaram uma resposta menos positiva para avaliar a solução em lar. Em contrapartida, foram 81 famílias a demonstrar confiança nos lares enquanto resposta para a situação do seu familiar idoso.



Assim sendo, podemos concluir que, segundo o universo de respostas, a Covid-19 não veio influenciar significativamente a confiança das famílias em relação ao lares. 

Em suma, é importante reter que os lares não se tornaram num local pior para os idosos por força da pandemia. São locais que acolhem pessoas mais vulneráveis e como tal devem ter cuidados redobrados e um espírito de sacríficio enorme para conseguir cumprir a sua missão: proteger diariamente os idosos à sua responsabilidade. A verdade é que isto acontece na maioría das instituições e as famílias que lidam de perto com os lares continuam a sentir confiança nas pessoas que trabalham diariamente em prol da saúde dos idosos.  Os lares como em qualquer outra organização são feitos disso mesmo: pessoas.

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